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Ibovespa reduz alta com subida dos juros futuros

Fonte: Valor Econômico

Por: Bruna Furlani

ASPAS DE JOÃO VICTOR VIEITEZ

O impulso gerado por dados de atividade mais robusta no Brasil no terceiro trimestre dá suporte para um avanço do Ibovespa na sessão de hoje. Por volta das 13h15, o índice subia 0,36%, aos 125.688 pontos, se afastando dos 125.233 pontos da mínima do dia. O volume projetado para o índice no dia está em R$ 15,9 bilhões.

O Ibovespa chegou aos 126.417, na máxima intradiária, mas perdeu um pouco de força diante da subida mais forte dos juros futuros e de um recuo de parcela dos índices acionários americanos. No mesmo horário, o Dow Jones caía 0,37%, enquanto o S&P 500 recuava 0,13% e o Nasdaq tinha alta de 0,13%.

Para o analista da Aware Investments, João Victor Vieitez, os dados do PIB ajudaram a dar um “respiro” ao Ibovespa na sessão, com a visão de que a economia está um pouco mais aquecida do que o esperado.

Especialistas também chamaram atenção para o avanço da parte de serviços e de consumo das famílias dentro do indicador.

O PIB subiu 0,9% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, um pouco acima da mediana de 0,8% compilada pelo Valor Data. Na comparação anual, houve avanço de 4%. O ponto médio das estimativas compiladas pelo Valor era de 3,9%. Já os serviços e o consumo das famílias avançaram 0,9% e 1,5% no terceiro trimestre, respectivamente.

Investidores também monitoram com atenção as ações da Vale. Depois de iniciar a sessão em alta, os papéis passaram a cair e incrementaram um pouco a queda até 0,46% após anúncios feitos durante o Vale Day, que ocorre hoje.

Na avaliação do analista Ilan Arbeitman, da Ativa Investimentos, um dos pontos que chamaram a atenção é que a companhia bateu bastante na tecla de que deseja ser vista como uma empresa que tem a flexibilidade necessária para operar, no lugar de focar apenas em produzir com qualidade.

“A Vale mudou a linha de chegada. Em vez de produzir o melhor possível para maximizar o resultado independentemente do quanto se produz, a mensagem é ser flexível para atender clientes em qualquer situação do mercado”, resume Arbeitman. Para o analista, a queda nas ações é reflexo de uma mudança relativamente grande na mensagem da empresa.

O dia é misto para as ações da Petrobras. No mesmo horário os papéis PN subiam 0,05%, a R$ 39,18, enquanto as ON tinham queda de 0,56% a R$ 42,49. O movimento ocorre mesmo com a subida nos preços do petróleo do tipo Brent na sessão.

Por outro lado, algumas ações mais cíclicas apresentam alta, caso da Ambev, que registra o segundo pregão seguido de avanço, com ganhos de 3,25%. Mesmo em um ambiente de taxa de juros maiores, o analista Rafael Passos, da Ajax Asset Management, destaca que o bom desempenho dos papéis é impulsionado pelo fato de a companhia ser líder de mercado, conseguir repassar a inflação e deter diversificação geográfica. “É um player com forte geração de caixa e que consegue trabalhar bem em um ambiente de inflação mais latente e com uma Argentina em recuperação.”

Ações de seguradoras também apresentam avanço na sessão, caso da BB Seguridade e da Caixa Seguridade, que sobem 4,79% e 3,64%, nessa ordem. Mesmo sem citar nomes, Vieitez, da Aware Investments, diz que a casa tem buscado papéis mais defensivos, como seguradoras. O especialista cita que tais companhias tendem a se beneficiar de uma Selic elevada por deter carteiras mais pós-fixadas.

Na ponta contrária, ações da LWSA lideram as perdas. No acumulado da última semana, os papéis recuam quase 25%.

 

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